Comércio no Ceará não consegue recuperar perdas

O setor varejista no Ceará avançou em outubro, mas ainda acumula perdas em 2020. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor cresceu 1,9% em outubro em relação a setembro. A alta foi puxada pelas vendas de automóveis, peças e material de construção no comércio ampliado.

Apesar do crescimento, no ano, o setor acumula perdas de -6,9%. Ainda de acordo com o IBGE, em comparação ao mesmo período do ano anterior, o comércio no Estado concentra um recuo de -7,9%.
Sobre a queda, Claudia Brilhante, diretora institucional da Federação de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), comentou que o ano atípico em razão da pandemia do novo coronavírus interrompeu o bom desempenho do comércio, fazendo assim o setor varejista o mais atingido. “O comércio varejista foi o que mais sofreu e sentiu na pele; além disso, nesses meses de setembro, outubro e novembro, nós tivemos a falta de matéria prima e em consequência disso a ausência de material para a área “, explica.

Cautela
Cláudia Brilhante ressaltou que o consumidor, neste momento, está muito cauteloso e com medo de investir, citando o fim do auxílio emergencial como um dos motivos para essa questão. A diretora também relatou a necessidade de uma corrente para que a economia possa crescer. “Está todo mundo tendo cautela na hora de comprar, as pessoas precisam fazer uma corrente, onde reduza-se as margens de lucro e a economia possa crescer no nosso país “, concluiu.

Desempenho
Na variação percentual, comparando o volume de vendas do mês atual com o anterior, o Ceará ficou na posição intermediária entre as outras unidades da federação, com os piores desempenhos ficando por conta de : Tocantins – 5,4%, Roraima – 2,2% e Pará – 0,7%, enquanto os melhores foram : Bahia 3,5%, Piauí 3,1% e Mato Grosso do Sul 2,9%.

Mas em relação ao acumulado de vendas em contraponto ao mesmo período do ano anterior, o Estado encontrou-se na pior posição do país, com seus -7,9% ficando à frente do Distrito Federal -5,0% e de Sergipe 4,9%, que vieram respectivamente na segunda e terceira posição. Na mesma questão, Pará conseguiu ser o melhor com 8,0%, para depois ser seguida por Maranhão 6,9% e Amazonas 6,8%.

Revisão
Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados ontem (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontaram o sexto crescimento consecutivo das vendas no varejo, levaram a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a revisar de +1,9% para +2,3% a previsão para a variação do volume de vendas no comércio varejista, em 2020. A perspectiva de maior crescimento da economia no próximo ano, em um ambiente de juros ainda baixos para o padrão histórico do País, leva a entidade a projetar avanço de 4,2% em 2021.

O volume de vendas no comércio varejista brasileiro avançou 0,9% no mês de outubro, de acordo com a PMC. No conceito ampliado, que considera os volumes de vendas no comércio automotivo e nas lojas de materiais de construção, o aumento foi mais expressivo (+2,1%) ante setembro.

“Acreditamos que o pior para o comércio já ficou para trás, e os dados do IBGE trazem motivos para mantermos o otimismo, mas o setor ainda terá muitos desafios pela frente.” avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Fonte: https://www.oestadoce.com.br/economia/comercio-no-ceara-nao-consegue-recuperar-perdas/

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