Nível de endividamento sobe e volta ao patamar de abril

Em julho, o número de fortalezenses endividados avançou pela segunda vez seguida, ao atingir 60,2% dos consumidores – alta de 3,6% sobre o nível registrado em junho (56,6%). Com o avanço mensal, o volume de endividados voltou ao patamar registrado no último mês de abril (60,3%), enquanto ficou acima de igual período de 2018 (56,3%). As informações são da Pesquisa de Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada, ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC-CE), entidade ligada à Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE).

Junto ao maior endividamento, na Capital, o comprometimento da renda familiar com o pagamento das dívidas também subiu, de 38,2% (junho) para 39% – avançando 0,8% – sendo esse o maior patamar também desde abril (39,2%). De acordo com a pesquisa, os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 81,1% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 17,5%; empréstimos pessoais (6,2%); carnês e crediários (5,9%); e cheque especial (3,9%).
O levantamento mostra, ainda, que o consumidor utilizou o crédito para consumo de itens de alimentação (52,8% das respostas); realização de despesas de educação e saúde (44,8%); aquisição de eletroeletrônicos (32,1%); e compra de artigos de vestuário (24,6%). O valor médio das dívidas está estimado em R$ 1.540,00, com prazo médio de oito meses, comprometendo 39% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.

Inadimplência
Já a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso subiu 1,1 pontos percentuais, passando de 20,5% dos consumidores em junho, para 21,6% neste mês. Os problemas financeiros afetam mais as mulheres (23,2% dos entrevistados desse gênero afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade acima dos 35 anos (24,3%) e com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (23,7%).

Apesar disso, a inadimplência potencial, ou seja, os consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, diminuiu. Segundo o levantamento, a redução foi de -0,5%, passando de 9,1%, em junho, para 8,6% neste mês – nível inferior ao observado em julho do ano passado (10%). O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 10%), com idade entre 25 e 34 anos (11,1%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (10%).

O tempo médio de atraso é de 60 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro – a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 57,0% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 35,9%, seguido da perda do prazo para pagamento, por esquecimento (13,1%).

Orçamento
A pesquisa também revela que 75,5% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 14,7% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 9,8% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.
A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se: a falta de orçamento e controle dos gastos, com 51,3%; o aumento dos gastos considerados essenciais, com 24,8%; as compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 19,8%, redução dos rendimentos, com 17%; desemprego, com 17%; e gastos imprevistos, com 16,2%.

Nível de endividamento sobe e volta ao patamar de abril

Acesso rápido