Intenção de consumo registra aumento de 1,1% em março

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou 88,0 pontos este mês, registrando aumento de 1,1% em relação ao mês passado. Na comparação anual, o índice apresentou alta de 12,6%. No entanto, o resultado abaixo dos 100 pontos ainda indica uma recuperação lenta do otimismo das famílias brasileiras. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Esse aumento na intenção de consumo das pessoas recebeu a contribuição de uma série de fatores, em especial o melhor cenário no mercado financeiro nacional. “A menor volatilidade da taxa de câmbio e as melhores condições de aquisição de crédito, com o início do processo de recuo nas taxas de juros, influenciaram a maior disposição ao consumo, em especial a compra de bens duráveis”, explica Bruno Fernandes, economista da CNC.

Trabalho
O componente Emprego Atual registrou 113,5 pontos e aumento de 1,0% em relação ao mês anterior. É o maior valor desde junho de 2015. Já o percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual reduziu 0,2 ponto percentual, passando de 33,8% em fevereiro para 33,6% em março. Em relação às perspectivas de mercado de trabalho, houve aumento de 0,5% na comparação com fevereiro e 2,6% no comparativo anual. Desde abril de 2017, é a segunda vez que o indicador fica acima da zona de indiferença, alcançando 105,6 pontos.

Tanto na comparação mensal como na anual, indicadores relevantes ligados ao consumo apresentaram alta. O Nível de Consumo Atual registrou aumento de 0,6% em relação a fevereiro e 23,6% na comparação anual. Já o componente Momento para Duráveis apresentou elevação de 2,0% no comparativo mensal e 27,3% em relação ao ano passado. Mesmo assim, o índice permanece abaixo da zona de indiferença, com 67,2 pontos.
O levantamento CNC demonstra, ainda, que o subíndice Renda Atual alcançou 100 pontos e o componente Acesso ao Crédito registrou um aumento de 2,6% na comparação mensal e 16,8% em relação a março de 2017. E, apesar da melhora de todos os subíndices, a maior parte das famílias, 53,0%, declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado.

Perspectiva 2018
A melhora recente das vendas em relação ao desempenho de 2017 levou a CNC a projetar crescimento de 5,2% para este ano no volume das vendas do varejo ampliado. A expectativa de um cenário favorável de inflação no curto prazo, além da melhora do custo e da oferta de crédito e fortalecimento do emprego até o fim do ano, tende a alimentar um crescimento mais robusto do comércio em relação aos anos anteriores. Afinal, anteontem o Conselho de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC) cortou mais 0,25% da taxa básica de juros (Selic), trazendo para 6,5% ao ano. E já sinalizou que poderá reduzir ainda mais já na próxima reunião do colegiado, que acontecerá em maio.

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