Crediário e cartões de crédito lideram negativações no ano

A receita de vendas do varejo brasileiro registrou alta de 1,1% em dezembro, na comparação com o mesmo período de 2016, descontando-se a inflação que incide sobre a cesta de setores do varejo ampliado – que inclui os setores de veículos e materiais de construção. No entanto, no recorte por regiões brasileiras, todas as regiões desaceleraram no período. Apesar disso, o Nordeste registrou alta de 1,4%, acima da média nacional, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado ontem.

Além do Nordeste, que ocupa o terceiro lugar, as regiões Sul e Norte também registraram altas, que foram de 4% e 2,1%, respectivamente, sendo que a menor variação ficou com o Sudeste (0,9%). Nessa base de comparação, apenas a região Centro-Oeste teve retração de 0,8%. Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação, o destaque foi para a região Sul, que registrou alta de 4,8%. As regiões Nordeste, Norte, Sudeste e Centro-Oeste registraram altas de 2,2%, 1,7%, 1,5% e 0,5%, respectivamente.

Comportamento
No País, o resultado do mês foi prejudicado pelo calendário, com a troca de dias e pelo feriado de Natal caindo em uma segunda-feira. Ajustados aos impactos de calendário, o índice apontaria alta de 1,7%, patamar que indica desaceleração do varejo comparado ao mês de novembro (2,6%). “Importante observar que em novembro aconteceu a Black Friday, que ainda tem um caráter de novidade, ou seja, cresce mais que o ritmo normal do varejo, mesmo comparando com o mesmo período de 2016. Se observarmos os meses anteriores a novembro, o varejo em dezembro apresentou um ritmo mais alto”, comenta o diretor de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto..

Em termos nominais, o indicador mostra resultados na mesma direção: alta de 2% em dezembro na comparação com um ano antes, enquanto novembro havia apontado 3%. Descontados os efeitos de calendário que impactaram o mês, o índice também mostra desaceleração na passagem de novembro para dezembro. O período que antecedeu o Natal, entre os dias 18 a 24 de dezembro, teve um crescimento nominal de 2,8% contra o mesmo período de 2016. “Nota-se que o crescimento nominal do período do Natal está em linha com o ritmo do restante do mês”, observa Mariotto.

Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em dezembro pelo IBGE apontou alta de 2,95% no acumulado dos últimos 12 meses, enquanto novembro havia registrado 2,80%. Esse resultado, assim como aconteceu nos últimos dois meses, foi impulsionado pelos preços dos itens do setor de Habitação – que não impactam diretamente o comércio varejista.

Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado ficou em 0,9%, registrando aceleração em relação a novembro (0,7%). No caso da inflação do varejo, o item que mais contribuiu para a aceleração foi combustíveis para veículos.

Setores
No bloco de serviços, os setores de alimentação – bares e restaurantes – e turismo e transporte desaceleraram em dezembro, mas na comparação com o ano passado continuam crescendo. Já no bloco de bens não duráveis, o setor de supermercados e hipermercados também desacelerou, mas no comparativo ano contra ano, vem apresentando crescimento acima da média.

Por fim, no bloco de bens duráveis e semiduráveis, o destaque negativo ficou com o setor de móveis, eletroeletrônicos e lojas de departamentos, que registrou desaceleração de novembro para dezembro. Neste caso, a queda de ritmo pode ser explicada pelo fato da Black Friday – ocorrida em novembro – ter impulsionado as vendas no setor naquele mês, diminuindo a alta em dezembro.

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