Consumo: em janeiro, intenção está 9,7% melhor que 2017

Em janeiro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou elevação de 2,3% em janeiro, na comparação com o mês imediatamente anterior. Em relação ao mesmo período de 2017, o índice apresentou alta de 9,7%, alcançando 83,6 pontos.

Apesar do resultado, o indicador total ainda se mantém abaixo da zona de indiferença – 100 pontos –, refletindo uma percepção de insatisfação com a situação atual, conforme o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado, ontem.

O nível de confiança das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos apresentou melhora de 2,4% na comparação mensal. Famílias com renda acima de dez salários mínimos registraram elevação de 1,5%. O índice das mais ricas se situa em 96,8 pontos e o das demais, em 81. Os índices desagregados por faixa de renda também continuam abaixo dos 100 pontos. Na base de comparação regional, todas acusaram variações mensais. A região Sudeste apresentou a maior elevação no índice geral – 3,2%, enquanto que o Nordeste ficou com a segunda menor (1,5%), atrás do Sul (0,2%).

A CNC destacou que, a intenção de consumo das famílias segue em recuperação lenta, ainda distante dos níveis registrados entre 2010 e 2012. “Os consumidores seguem melhorando suas avaliações sobre a economia, mas o nível de endividamento das famílias, e principalmente o daquelas com menor poder aquisitivo, leva à cautela nos gastos, atuando como um fator restritivo ao consumo”, analisa a assessora econômica da entidade, Juliana Serapio.

Destaques
Único componente acima da zona de indiferença, o componente emprego atual (109,6 pontos0 registrou aumento de 0,3% em relação ao mês anterior e elevação de 4% na comparação com o mesmo período do ano passado. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao Emprego Atual é de 33,4%, ante 33,1% em dezembro.

Por sua vez, o nível de consumo atual apresentou aumento de 4,2% em relação ao mês anterior e elevação de 13,9%, comparativamente ao mesmo período do ano passado. A maior parte das famílias, 56,5%, declarou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado. O índice se situa em 59,9 pontos. O acesso ao crédito teve aumento de 1,8% na comparação mensal e 14,2% em relação a janeiro de 2017.

Enquanto isso, o item momento para duráveis apresentou aumento de 5,4% na comparação mensal – em relação a 2017, o componente mostrou aumento de 18,4%. Ainda assim, o índice segue abaixo da zona de indiferença, com 62,2 pontos. Por corte de renda, as famílias com renda até dez salários mínimos registraram aumento de 6,4% no quesito momento para duráveis, na comparação mensal, e as com renda acima de dez salários apresentaram aumento de 1,1%.

Expectativas
Quanto às perspectivas em relação ao mercado de trabalho, na comparação mensal, as famílias apresentaram aumento de 2,2%. Em relação a igual período do ano passado, houve redução de 0,1%. O item perspectiva de consumo registrou aumento de 2,2% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, o índice apresentou alta de 23,1%. Na base de comparação mensal, as famílias com renda até dez salários mínimos acusaram alta de 2,4%, e aquelas com renda acima de dez salários apresentaram elevação de 1,5%.

A melhora recente das vendas em relação ao ano anterior levou a CNC a projetar variações de 3,9% para 2017 e de 5,1% para 2018. Esse cenário, segundo a entidade, “baseia-se na percepção de que a inflação permanecerá livre de pressões maiores no curto prazo e, mesmo em um horizonte mais amplo, deverá encerrar o ano abaixo do centro da meta de inflação”. “Tal processo permitirá, portanto, que as taxas de juros mantenham a atual trajetória de queda – ingrediente fundamental para a sustentabilidade do crescimento das vendas ao longo de 2018”, disse a CNC, em nota.

Consumo: em janeiro, intenção está 9,7% melhor que 2017

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