73% vão às compras no Natal; varejo online lidera

O comércio virtual será, neste ano, o principal canal de compras, suplantando as lojas físicas.

As projeções do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontam que 73% dos brasileiros devem ir às compras no Natal deste ano. A data deverá movimentar R$ 51,2 bilhões. Outra constatação importante é que as vendas pela internet devem crescer neste ano, tornando o comércio virtual o principal meio de compras do Natal de 2017, segundo pesquisa divulgada ontem (8) pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil.

O levantamento, feito nas 27 capitais brasileiras, indicou que 40% dos consumidores pretendem adquirir presentes pela rede. Desse total, 54% disseram que pretendem comprar mais da metade das lembranças de fim de ano dessa forma.

O número indica que as compras pela internet devem superar as feitas em centros comerciais, estimadas para este ano em 37%. Em 2016, os centros comerciais, como os shoppings centers, responderam por 41% das vendas de Natal, enquanto o comércio eletrônico correspondeu a 32%. Em 2017, 37% dos consumidores ainda pretendem ir a lojas de departamento, 26% a lojas de bairro e outros 13% a shoppings populares.

Preço define aquisição

Sobre a escolha dos locais de compra, 58% dos consumidores disseram que fazem a escolha com base no preço, 50% pelas ofertas e promoções, 27% pela diversidade de produtos que o estabelecimento oferece e 20% pelo atendimento.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crescimento do comércio eletrônico é uma tendência que deve, inclusive, pressionar as lojas físicas a disputar a preferência dos consumidores. “Isso em algum momento ia acontecer, por conta da crise ou mesmo que a gente não tivesse tido a crise. A internet vem ganhando espaço e isso não tem volta”, enfatizou.

Grandes empresas

Dentro do comércio virtual, as páginas de grandes empresas são a opção de 68% dos compradores, seguida pelos sites de classificados de compra e venda (42%) e os especializados em roupas, calçados e acessórios, com fatia de 34%.

De forma global, o levantamento do SPC estima vendas de Natal em um patamar semelhante ao observado ano passado. Em 2016, a projeção apontou para um movimento de cerca de R$ 50 bilhões, enquanto em 2017, o montante deve chegar a R$ 51,2 bilhões. Segundo o estudo, 110 milhões de consumidores têm a intenção de presentear alguém neste fim de ano.

Gasto médio

Os dados mostram ainda que 26% dos que vão comprar presentes querem gastar menos do que em 2016 – 32% apontam a situação financeira ruim como razão -, enquanto 33% pretendem gastar o mesmo valor que no ano passado. Outros 19% têm a disposição de gastar mais. A média de gastos deve ficar em R$ 461,91, distribuídos em quatro ou cinco itens.

Cerca de um terço dos consumidores (34%) pretende comprar à vista no dinheiro, 19% com o cartão de débito e 31% parcelar no cartão de crédito.

Na avaliação de Marcela, os números refletem o cenário econômico atual. “É o Natal do início da recuperação da economia, mas o consumidor ainda não tem dinheiro no bolso para comprar como ele comprava antes da crise”, resumiu.

Ela ressaltou que existem alguns sinais de melhora, mas em outros há apenas indícios de retomada. “O que a gente já tem de recuperação são juros menores, inflação controlada. Você começa a ver o crédito se recuperar, os primeiros sinais de desemprego em queda e vendas no varejo começar a crescer”, completou.

O retorno da economia brasileira aos patamares pré-crise, semelhantes ao do ano de 2013, deve acontecer, segundo as projeções da economista, somente em 2020.

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