Volume de atrasos e dívidas em Fortaleza cai em agosto

Contrariando a evolução de alta observada em julho, o nível de endividamento dos fortalezenses recuou 4,2% em agosto, passando de 67,9%, em julho, para os atuais 63,7%. Acompanhando o movimento, a inadimplência também desacelerou 2% frente a julho, ao registrar 20,9%. No comparativo anual, ambos indicadores também recuaram, já que, em agosto de 2016, os níveis foram de 70,3% e 28,1%, respectivamente. As informações são da Pesquisa de Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada, ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC-CE), entidade ligada à Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE).

Com relação ao comprometimento da renda, os cartões de crédito lideram, com 78,9% dos entrevistados; seguidos de financiamento bancário (veículos, imóveis, entre outros.), com 13,2%; empréstimos pessoais, com 8,6%; e carnês e crediários, com 7,2%. O consumidor utilizou o crédito para o consumo de itens de alimentação (62,1% das respostas); aquisição de eletroeletrônicos (34%); compra de artigos de vestuário (38,4%); aquisição de eletroeletrônicos (30,5%); e despesas de educação e saúde (28%). O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.186,00, com prazo médio de sete meses, comprometendo 33,6% da renda familiar com seu pagamento.

A pesquisa também revela que 79% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 12,4% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 8,7% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

Inadimplência
Em agosto, da proporção dos consumidores de Fortaleza com contas ou dívidas em atraso, os problemas financeiros afetam mais as mulheres (21% dos entrevistados), os consumidores do grupo com idade entre 25 e 34 anos (25,4%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (22%). Também caiu, na análise mensal, a taxa de inadimplência potencial – proporção de consumidores que não terá condições financeiras para honrar seus compromissos –, ao contrário da alta do mês anterior (1,6%), passando de 10,4%, em julho, para 9,9% neste mês. Na análise anual, o resultado é, ainda, inferior à taxa de agosto do ano passado (13,4%), embora acima da média dos últimos 12 meses (9,45%).

Assim como no endividamento, o perfil do consumidor inadimplente também mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (10,6%), idade acima de 35 anos (11,5%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (10,7%). Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse atraso nos pagamentos, estão falta de orçamento e controle dos gastos (39,5%); aumento dos gastos considerados essenciais (30,3%); compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário (28%); compras antecipadas (18,7%); redução dos rendimentos (17,1%); e desemprego (10,5%).

Para 68,2% dos entrevistados, o desequilíbrio financeiro – a diferença entre a renda e os gastos correntes – tem sido a principal causa que levou a estarem com dívidas em atraso, cujo tempo médio é de 77 dias. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 26,3%, seguido da contestação da dívida (6,9%).

Acomodação
Segundo destacou o IPDC, em nota, “a crise econômica que afeta o País trouxe muitas dificuldades para o gerenciamento das dívidas pelo consumidor, colaborando para a perda da qualidade do crédito e desarranjo dos orçamentos familiares”. A pesquisa revela que o ponto mais crítico foi atingido em agosto de 2016, quando a taxa de consumidores com contas em atraso atingiu o pico de 28,1%. No segundo semestre do ano passado iniciou-se um movimento de acomodação gradual, que continua ao longo de 2017.

Volume de atrasos e dívidas em Fortaleza cai em agosto

Acesso rápido