Material mais caro acelera inflação

Rio/São Paulo. As despesas com materiais na construção subiram mais em janeiro, o que levou a uma aceleração na inflação do setor dentro do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) teve elevação de 0,31% em janeiro, após uma alta de 0,07% em dezembro de 2017.

O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços aumentou 0,69% no último mês, ante um crescimento de 0,11% em dezembro passado. Já o índice que representa o custo da Mão de Obra ficou estável em janeiro, depois de ter subido 0,05% no último mês de 2017.

Quanto ao varejo, as vendas de materiais de construção subiram 3% em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2017. Frente ao mês de dezembro, o setor registrou queda de 9%, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco).

De acordo com o estudo, entre as categorias pesquisadas, os revestimentos cerâmicos estão entre as principais variações negativas (-9%). Já telhas de fibrocimento e cimentos tiveram desempenho estável no período. “Tradicionalmente, janeiro é um mês bastante difícil para o nosso setor. Além de ser um período de chuvas, que não favorece a realização de obras, ainda é época de férias escolares. Fora isso, com o início do ano chegam os impostos e muita gente que viajou em dezembro e janeiro acaba reduzindo os gastos no início do ano para compensar”, lembra, o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.

Pelo levantamento, todas as regiões apresentaram variações negativas em janeiro ante dezembro. No Nordeste as vendas caíram 16%, já no Sudeste 9%. No Centro-Oeste a retração foi de 6%, no Sul 4% e no Norte 3%.

Expectativas

Para fevereiro, os lojistas estão divididos quanto às suas expectativas: 30% acham que as vendas vão cair e 32%, que vão crescer. Ainda assim, a pesquisa da Anamaco indicou que predomina o otimismo do setor com relação às ações do governo nos próximos 12 meses (41%).

Neste ano, a Anamaco espera que o setor cresça 8,5% sobre 2017, quando teve um faturamento de R$ 114,5 bilhões. Entre as razões para tal desempenho, a entidade aponta a redução das taxas de juros, da inflação e o aumento do emprego.

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